sexta-feira, 20 de março de 2015

PAPA FRANCISCO AOS CONSAGRADOS: JESUS, ÚNICO CAMINHO QUE DEVEMOS SEGUIR COM ALEGRIA E PERSEVERANÇA – 02/02/2015

“Obediência e sabedoria, na alegria e na criatividade”: foi a exortação do Papa Francisco na homilia da Missa aos religiosos e religiosas, celebrada na tarde desta segunda-feira, na Basílica de São Pedro, por ocasião da festa da Apresentação do Senhor e do XIX Dia da Vida Consagrada. Conduzam os outros a Jesus, mas deixem-se também conduzir por Ele, disse-lhes o Santo Padre.

A emocionada ternura com a qual Maria caminha no Templo com Jesus Menino no braço, levando-o a encontrar o Seu povo.

Na festa da Apresentação do Senhor, o Pontífice iniciou a sua homilia com esta cena evangélica, para falar a consagrados e consagradas, ressaltando o profundo significado da imagem de Maria que leva o Filho, mas também d’Ele que, no fundo, a leva neste caminho de Deus que vem até nós, a fim de que nós possamos ir até Ele.

“Jesus fez a nossa mesma estrada para indicar-nos o caminho novo, ou seja, o caminho novo e vivo, que é Ele mesmo. E para nós, consagrados, este é o único caminho que, concretamente e sem alternativas, devemos percorrer com alegria e perseverança.”

Este caminho passa pela obediência. “Jesus não veio fazer a sua vontade – disse o Papa –, mas a vontade do Pai. Assim, quem segue Jesus se coloca no caminho da obediência – continuou o Bispo de Roma – abaixando-se e fazendo sua a vontade do Pai, inclusive até o aniquilamento e humilhação de si mesmo.
“Para um religioso, progredir significa abaixar-se no serviço, isto é, fazer o mesmo caminho de Jesus, que não considera um privilégio ser igual a Deus. Abaixar-se fazendo-se servo para servir.”

Através desta lei – continuou o Papa – os consagrados podem alcançar a sabedoria, um dote que opera concretamente e que é dom do Espírito Santo. Seu sinal evidente é a alegria.

A cena da Apresentação de Jesus no Tempo volta em evidência quando Francisco coloca lado a lado o grupo dos jovens, Maria e José; e dos anciãos, Simeão e Ana, que acolhem o Menino. Ambos os grupos conduzem o Menino, mas são também conduzidos por Ele.

Ambos os grupos são guiados pela obediência a Deus e à lei. Aspectos que nos anciãos se desdobram numa qualidade ulterior: a da criatividade, própria de quem é repleto do Espírito Santo. Deste modo – diz o Papa –, Deus mesmo transforma a obediência em sabedoria.

“Através do caminho perseverante na obediência, amadurece a sabedoria pessoal e comunitária, e assim se torna possível também adaptar as regras aos tempos: de fato, a verdadeira atualização é obra da sabedoria, forjada na docilidade e obediência.”

Justamente por isso – ressaltou Francisco aos religiosos e religiosas –, o revigoramento e a renovação da vida consagrada se dão através de um grande amor à regra e também através da capacidade de contemplar e ouvir os anciãos da Congregação.

“Através deste caminho, somos preservados do viver a nossa consagração de modo light e desencarnado, como se fosse um gnose, que se reduziria a uma “caricatura” da vida religiosa, na qual se vive o seguimento a Cristo sem renúncia, uma oração sem encontro, uma vida fraterna sem comunhão, uma obediência sem confiança, uma caridade sem transcendência.”


Portanto – concluiu o Papa Francisco –, entremos no mistério que se manifesta no conduzir os outros a Jesus, deixando-nos, ao mesmo tempo, conduzir por Jesus. “Isto é o que devemos ser: guias guiados”.

sexta-feira, 6 de março de 2015

NOTA DA CNBB PELO DIA INTERNACIONAL DA MULHER


1. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, saúda todas as mulheres por ocasião do Dia Internacional da Mulher – 8 de março. Agradecemos as mulheres que por sua vocação e missão lutam pela superação de todo tipo de violência e possibilitam a construção de uma cultura de paz no ambiente familiar e social.
2. Reconhecemos a enriquecedora atuação das mulheres na sociedade e, especialmente, na vida e missão da Igreja. Partilham responsabilidades pastorais com um estilo e dinâmicas próprias, expressas na solicitude e no cuidado para com as pessoas nos diferentes serviços e ministérios. Contudo, sabemos que ainda é necessário ampliar os espaços para uma presença feminina mais incisiva na Igreja e em outros lugares onde se tomam decisões importantes (Cf. EG 103).
3. No ano em que a CNBB propõe como tema da Campanha da Fraternidade o Tráfico Humano, merece a nossa atenção o fato de muitas mulheres serem vítimas deste crime, especialmente no que tange a exploração sexual. A invisibilidade desta prática abominável se acentua pelo fato das vítimas serem de famílias pobres, o que reforça a constatação da vulnerabilidade social da mulher no Brasil. Diante desta realidade, a Igreja é chamada a ter uma atitude de escuta e acolhida, à semelhança da atitude de Jesus diante dos apelos da mulher cananeia (Cf. Mt 15,28).
4. Preocupa-nos o ambiente ainda adverso para as mulheres na sociedade. É alarmante o número de mulheres mortas de forma violenta, alcançando neste momento histórico o mais alto índice. São vítimas de agressões, principalmente por causa de conflitos de gênero.
5. Não podemos esquecer o crescente número de mulheres que são arrimo de família. Quase 40% dos lares brasileiros têm a mulher como referência. Elas, na maioria das vezes, foram abandonadas pelos maridos ficando com filhos e familiares doentes ou idosos com a responsabilidade de cuidá-los, recebendo, um salário inferior ao dos homens e vivendo em condições insalubres.
6. Desejamos que, no cuidado da vida e no exercício da caridade e da cidadania, as mulheres continuem sendo testemunho de perseverança pelos caminhos que conduzem à dignidade, à liberdade, à justiça e à paz.
7. Nossa Senhora Aparecida, Mãe de Jesus e nossa, modelo de mulher, esposa e trabalhadora, ilumine e proteja às mulheres de nosso país.
Brasília, 08 de março de 2014
Raymundo Damasceno Assis
Cardeal Arcebispo de Aparecida – SP
Presidente da CNBB
Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís - MA
Vice-presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo-Auxiliar de Brasília – DF