terça-feira, 13 de junho de 2017

SANTO ANTÔNIO E A DOAÇÃO DE SI MESMO

Não é amor a busca de si, mas a doação de si

“Hoje se fala tanto de maturidade humana como um estilo de vida, um modo de ser que faz o homem capaz de cumprir com serenidade e com satisfação a própria missão, sem perder o equilíbrio diante de dificuldades, mesmo graves, que se encontram no decorrer da vida. Entende-se que o homem é um “ser para”. Ele possui uma personalidade harmoniosa na medida em que sabe viver pelos outros e com os outros”(Dom Alberto Taveira Corrêa).

Santo Antônio: Sua vida fez-se dedicação completa, numa doação de si mesmo. Ele não brincava de religião. Ele não usava Deus como um talismã. Ele se deixava atrair por Deus e se consumia na graça de Deus, transformando-se a fim de dedicar sua vida, sem reservas, ao amor de Deus que o animava. Santo Antônio se transcendia a cada dia; era homem de superação. Mesmo com saúde frágil, ei-lo pronto, disposto a qualquer sacrifício. Exigia o melhor de si mesmo e se dispunha inteiro na doação de si para o Reino de Deus.

Para Santo Antônio, nada é demais quando nos sentimos atraídos por Deus e animados ante a proposta de Cristo. Ele fez de sua vida uma doação completa. Santo Antônio é exemplo de dedicação. “Sua própria vida era oferecida como uma oferta suave a Deus. Nele, um dos maiores milagres aconteceu; a vela, por mais que queimasse, não se consumia. Realizava-se nele uma das maiores lições que precisamos aprender: não precisamos nos economizar para Deus e para o serviço dos outros. Aqui, a lógica é diferente, isto é, quanto mais nos gastamos, mais crescemos. É o milagre da multiplicação, não de pães e peixes, mas de vidas que se dispõem a servir. Imagino o que aconteceria se cada um de nós se dedicasse a Jesus Cristo da mesma maneira e com a mesma intensidade de Antônio. Muitos poderiam intervir e acrescentar: mas era um santo. No entanto, não podemos nos esquecer de que, antes de ser santo, ele era, de fato e de verdade, um discípulo e missionário de Jesus Cristo”, numa doação total de si. (ROSSI, Luiz A. S. Nos passos de Santo Antônio. São Paulo: Paulus).

“Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16, 24).

Ele não se limitava somente às palavras. Empenhava-se, concretamente, em favor dos pobres, lutando contra as leis dos poderosos de Pádua, opondo-se aos tiranos da Itália. Mesmo com a saúde debilitada por causa de uma doença que o dificultava a ficar em pé, não recusava a nenhum pedido de ajuda, mesmo que isso lhe custasse a vida.

"Através de Santo Antônio, Nosso Senhor está convidando continuamente os cristãos a pensarem no bem do próximo, a amarem o próximo como a si mesmos e a darem uma atenção especial ao necessitado, ao pobre. O cristão celebra a própria vocação de poder imitar a dadivosidade e a generosidade de Deus criador e de Jesus Cristo, pois como diz Jesus: 'Recebestes de graça, de graça dai' (Mt 10,8). É uma graça poder dar. poder partilhar. Dar de graça, ser generoso, pensar no bem comum, no bem do próximo, promover a vida do próximo, eis o mistério revelado no símbolo do pão de Santo António. Não se dá apenas uma esmola. Podemos e devemos dar o trabalho, o tempo, a atenção, o perdão, a seriedade e a honestidade em nossa ação profissional que vale muito mais do que o dinheiro" (Frei Alberto Beckhäuser).

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